15.6.10

Autômatos

Magica e ciência sempre andaram juntas. Os mágicos são denominados os "cientistas do show business".



A grande maioria dos pioneiros na mágica antes haviam trabalhado em ofícios relacionados a física, química, mecânica (relojoaria),etc..

Na verdade, desde a antiguidade, na época dos faraós, a ciência era empregada como magia de modo que os sacerdotes pudessem manter o poder que tinham. Estátuas falantes, fogos espontâneos, portas que se abriam sozinhas, instrumentos que tocavam sozinhos eram obtidos através de princípios científicos de hidráulica, ótica mecânica e termodinâmica.


No final do século XVIII um mágico - Jacob Philadelphia - viajou pela Irlanda, Portugal, Espanha e Europa Central exibindo vários autômatos: "Bacchus", que segurava uma barril que era enchido com água e vertia vinho; "Mágico Egito", que adivinhava cartas e problemas aritméticos. Goethe e o poeta Schiller assistiram as apresentações, tendo Goethe pouco depois escrito "Fausto", que se baseou na lenda de um mágico alemão do século VXI.

Robert Houdin, mágico francês considerado um dos pais da arte da mágica, quinze anos antes de Thomas Edison inventar a lâmpada incandescente, projetou e desenvolveu o primeiro sistema elétrico de segurança, instalando-o em sua propriedade em St. Gervais, França. Quando o relógio principal da casa marcava meia-noite, os alarmes eram automaticamente acionados, de modo que caso uma janela ou porta fosse forçada, um sino de alerta soava. Quando um visitante acionava um dispositivo no portão de entrada da propriedade, um sino tocava na casa principal. Robert Houdin, na mesma época, instalou uma bateria e um circuito elétrico para iluminar a sua casa em ocasião da primeira comunhão de sua filha.


Em particular, a relojoaria forneceu os principais conhecimentos para aquele que seria o maior sucesso dos mágicos na virada do século XVIII para o XIX, e que seria o predecessor dos modernos robôs e maquinas de auto-atendimento: os autômatos.

O primeiro e mais famoso autômato foi criado em 1769 por um barão húngaro – Wolfgang Von Kempelen – e se chamava “Turco – o Jogador de Xadrez”, tendo intrigado por décadas, pessoas como Edgar Allan Poe e Benjamin Franklin.




Como o próprio nome diz, tratava-se de um autômato (com a ajuda de alguns truques) que jogava, e bem, xadrez com os espectadores.





Outro famoso autômato de Robert-Houdin, que inclusive apareceu no filme “O Ilusionista”, era a Arvore de Laranjas.





Outro autômato que se tornou famoso foi “Psycho”, criação de John Nevil Maskelyne, entre 1873-1874.



Tratava-se de um autômato que adivinhava as cartas escolhidas pelo espectador, às vezes dava umas tragadas, soletrava palavras através de cartas com o alfabeto e resolvia problemas matemáticos com cartas numéricas. Maravilhou reis e rainhas da Europa.

Muitos outros autômatos surgiram nesta esteira, no mais das vezes com intuito meramente decorativo e de entretenimento.



A arte e a ciência mais uma vez caminhavam juntas.

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