Houdini - A Consagração

Em razão das baixas da guerra, a audiência inglesa demonstrava um grande interesse em espiritismo.

(Houdini e Arthur Connan Doyle)

Um dos maiores incentivadores do espiritismo era Sir Arthur Conan Doyle, o criador de Sherlock Holmes.
Tanto ele como J. Herwat McKenzie, presidente do British College of Psychic Science, acreditavam que Houdini era dotado de poderes paranormais e mediúnicos.



Houdini fazia questão de negar tais poderes.
Foi através de Conan Doyle que Houdini manteve contato com os mais proeminentes médiuns da Inglaterra, mas tudo que viu foi truques e patifaria.
Houdini decidiu então que alguém deveria se contrapor àqueles farsantes que iludiam os pobres incautos.
Envergonhado por ter se passado por paranormal na época em que trabalhava na caravana das garrafadas milagrosas, Houdini decidiu por seus conhecimentos a favor de uma causa nobre – desmascarar farsantes – passando a fazer estudos e anotações para um futuro livro.



Foi nesta época que o segundo filme estrelado por Houdini – Terror Island – estreava nos EUA.
Confiante na sua capacidade de escrever, produzir estrelar filmes, Houdini criou sua própria companhia cinematográfica – Houdini Picture Corporation.



The Man From Beyond e Haldane of The Secret Service seguiram a linha dos primeiros filmes de Houdini.




Ele, o herói, sempre vencia as forças do mal.

Sir Arthur Conan Doyle, ao chegar a NY para uma série de palestras nos EUA, aceita o convite de Houdini e assiste ao filme The Man from Beyond. Em retribuição, Houdini e Bess vão à palestra de Doyle no Carnegie Hall. Durante a palestra o escritor projeta slides de um suposto espírito. Houdini se indaga como o amigo podia acreditar naquelas besteiras.
Em junho, quando os Houdinis vão visitar os Doyles em Atlantic City, a Sra. Doyle psicografa uma mensagem importante da mãe de Houdini. A mensagem, em inglês, dizia que era para o filho para parar de sofrer, pois ela estava bem. Houdini se sente desconfortável, pois Cecília sempre que lhe escrevia alguma carta o fazia em alemão, pois que seu vocabulário em inglês era bastante restrito. Ademais, aquele dia era a data do aniversário dela e ela não fez qualquer menção ao fato.
Houdini indagou, então, a Sra. Doyle como se fazia para psicografar. Ela explicou que Houdini deveria pegar uma caneta, clarear a mente e escrever o que lhe viesse à cabeça. Houdini obedeceu às orientações e escreveu no papel à sua frente a palavra “Powell”. Sir Arthur, espantado, contou que um amigo, Ellis Powell, havia falecido recentemente e que aquela deveria ser uma mensagem dele.

(Frederick Eugene Powell)

Houdini discordou e explicou que durante aquela semana havia pensado bastante em Frederick Eugene Powell, um amigo mágico que havia lhe escrito uma carta contando sobre os problemas de saúde da esposa, e que ele, Houdini, e Bess haviam conversado durante a semana toda sobre os problemas de Powell.
Houdini fez naquele agosto uma cruzada contra farsantes.

(Rialto Theatre, circa de 1925)

Em uma projeção de The Man From Beyond, no Rialto Theatre, em Washington, Houdini, após o filme, apresentou slides de famosos médiuns, explicando à platéia os truques que eram por eles utilizados.
Também passou a assinar uma coluna no Washington Post, explicando os métodos fraudulentos dos médiuns.
Fez o mesmo em jornais de Nova Iorque, Filadélfia, Chicago e outras cidades americanas.
Ainda que continuasse com as apresentações no circuito do vaudeville, Houdini dedicava seu tempo livre desmascarando os farsantes que cruzasse à sua frente.



Aos 50 anos, Houdini dava um tempo nas lucrativas apresentações do vaudeville para continuar sua cruzada pelos EUA contra farsantes.





Houdini admirava Sir Arthur Conan Doyle como pessoa, mas achava que o brilhante escritor tinha um intelecto limitado, pois se recusava a aceitar que os médiuns eram farsantes.