2.8.10

Ventriloquismo



Ventriloquia, ou ventriloquismo, é uma técnica de forte impacto visual pela qual uma pessoa (o ventríloquo) manipula a sua voz de tal forma que pareça que a voz vem de outro lugar, geralmente um boneco.



Originalmente, o ventriloquismo era uma prática religiosa. O termo vem do latim e significa falar pelo estômago – venter (barriga) e loqui (falar).
Os gregos chamavam de gastromancia (grego: εγγαστριμυθία ).
Os ruídos produzidos pelo estômago eram concebidos como a voz dos mortos, que tinham moradia no estômago do ventríloquo. O ventríloquo interpretaria os sons, de onde pensava-se que tinham o dom de falar com os mortos e prever o futuro.
Um dos mais antigos registros do uso sagrado da técnica foi pela Pythia, a sacerdotisa do Templo de Apolo, em Delphi, que atuava como mensageira do oráculo de Delfos.





Python, por este motivo, tornou-se uma dos termos mais usados pelo judaismo clássico e pelo cristianismo para se referir a Necromancia. O termo foi usado em algumas das primeiras versões inglesas da Bíblia, para traduzir a palavra gastromancia.
Um do mais bem sucedidos gastromancista foi Eurykles, um profeta de Atenas. O termo Euryklides passou a ser sinônimo de gastromancia em sua homenagem.

Na idade média, pensava-se que era feitiçaria.
Posteriormente, tal qual o espiritismo, foi adaptado para números de mágica e escapologia.
Assim, como na mágica, no século XIX o ventriloquismo abandona sua aura mística para se tornar técnica de entretenimento.





Várias culturas também utilizavam o ventriloquismo para fins religiosos ou ritualísticos, como os esquimós e os maoris.

O atual estereotipo do ventríloco é um mágico sentado em um banquinho com um boneco de madeira no colo.




Este estilo comico de ventríloco é, no entanto, uma concepção relativamente recente, que originou-se na época do vaudeville, no final do século XIX.

Os números de vaudeville privilegiavam o viés humorístico, aproveitando tanto a capacidade do ventríloquo em enganar o público, como sua habilidade na troca de tons de voz.



Por esse motivo, muitos artistas faziam vários números, alternando rapidamente de um timbre de voz para outro.

(Vernon)

Jules Vernon foi um dos mais famosos ventrílocos do vaudeville americano e utilizava vários bonecos em suas performances.

(Russel)

O inglês Fred Russell foi o pioneiro no uso de apenas um boneco - Coster Joe.

(Lester)

Mas talvez o mais famoso ventríloco do vaudeville tenha sido The Great Lester, que tambem uitilizava apenas um boneco em suas apresentações - Frank Byron Jr..
Foi o sucesso de Lester que alimentou o costume de se usar apenas um boneco nas apresentações, costume mantido até hoje.

O ventriloquismo foi muito popular no meio século XX.



Graças, em grande parte, ao trabalho de um dos alunos de Lester, Edgar Bergen.




Bergen popularizou a idéia de ventríloquo comediante.




Bergen, juntamente com seu boneco favorito, Charlie McCarthy, produziu um programa de rádio que foi transmitido de 1937 a 1956. Foi o programa noturno de maior audiência quando estreou nos EUA.



Bergen continuou a se apresentar até a sua morte, em 1979.

Sua popularidade inspirou muitos outros ventrílocos famosos, incluindo Paul Winchell, Wayland Flowers, e seu famoso fantoche Madame, Jimmy Nelson, Shari Lewis e sua filha Mallory, e Señor Wences.

(Winchell)


(Wayland)


(Nelson)


(Shari)

(Senor)


A popularidade do ventriloquismo diminuiu com o tempo, grande parte devido às novas tecnologia de aúdio e de efeitos sonoros especiais.

Uma das dificuldades do ventriloquismo consiste no fato de que todos os sons precisam ser produzidos com os lábios levemente entreabertos, com o menor movimento possível. Para os sons labiais f, b, p e m, a única opção é substituí-los por outros. Se alternativas aos sons de th, d, t e n são proferidas rapidamente, dificulta consideravelmente aos ouvintes notar alguma diferença.

Hoje em dia ventrílocos utilizam bonecos de vários tamanhos, variando de doze polegadas ao tamanho natural de um ser humano.


Tradicionalmente, este tipo de boneco era feito de papel machê ou madeira. No entanto, atualmente outros materiais tambem são utilizados, como fibra de vidro-reforçada, resinas, poliuretanos, látex e neoprene.

Os mais famosos fabricantes de bonecos na atualidade são Tim Selberg, Alan Semok, Ray Guyll, Conrad Hartz, Geiffrey Felix, Jerry Layne, Mike Brose e Albert Alfaro.

(Alfaro)

(Layne)


Na história do ventriloquismo, grandes nomes de fabricantes incluem Theo Mack, pai e filho, Frank Marshall, Petee Revello, Kenneth Spencer, David Strassman, Cecil Gough, Jeff Dunham e Glen & George McElroy.

(Theo Mack)

(Marshall)


(Dunham)



Existe um termo específico para denominar o medo de bonecos de ventrílocos – automatofobia - que também se estende ao medo de bonecos de cera ou autômatas.



Hollywood soube explorar bem tal medo, como nos filmes Child’s Play, Magic, Dead of Night e The Twilight Zone.

A sorte é que existe tratamento.

3 comentários:

Unknown disse...

Matéria muito boa.

Gamer Alpha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Gamer Alpha disse...

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