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magis veritas oculata fide, quam et aures animus hominum infigitur
(A verdade vista se fixa mais no espírito dos homens do que a ouvida)
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Linkings Rings é considerado um clássico do ilusionismo. Os aros de metal sólidos parecem penetrar e despenetrar entre si, passarem uns pelos outros e outras combinações de toda sorte. Em certas rotinas, um voluntário da platéia é convidado para o palco para tentar, em sincronia com o mágico, executar os movimentos impossíveis.
Credita-se a Ching Ling Foo uma das primeiras apresentações dos aros chineses tal como conhecemos hoje.
Especulações sobre a origem dos aros apontam para Turquia, Egito e o Médio Oriente, e remontam ao século I. Um quadro de Giacomo Mantegazza, de 1876, mostra uma odalisca segurando um conjunto de aros sobre a cabeça.
O mágico francês Philippe (Jacques Andre Noel Talon) foi um dos primeiros mágicos a gravar um número dos aros chineses, caracterizado com um robe chines e o chapéu cônico.
Ele dizia que havia aprendido a técnica com uma trupe de malabaristas chineses na Grã-Bretanha.
Dentre os mágicos contemporaneos, muitos apresentaram numeros com os aros chineses: Dai Vernon, Richard Ross, Jack Miller, Michael Skinner, Haydn de Pentecostes, Ian Ray-"The Genie Ali Pali", Jeff McBride, Shoot Ogawa, Fu Manchu, Tina Lenert, Fábio De'Rose, Jim Cellini e Tom Frank, dentre vários outros.
O personagem de Christian Bale, Alfred Borden, no filme The Prestige (O Grande Truque) realiza uma rotina de linking rings.
O conjunto de aros usado pode variar de dois a dez, ou mais. O conjunto padrão disponível comercialmente geralmente inclui quatro ou oito aros.
No inicio, os aros chineses eram utilizados para numeros de ilusionismo de palco.
Em 1988, o mágico japonês Masahiro Yanagida realiza sua rotina de aros chineses pequenos, Ninja Rings, usando quatro anéis com quatro polegadas e meia (11,43 cm) de diâmetro.
Desde então, os aros chineses também se tornaram um item favorito para mágicas close-up.
Dai Vernon nasceu David Frederick Wingfield Verner, em Ottawa, Ontario, Canadá em 11 de Junho de 1894.
Com oito anos Vernon se apaixa pela mágica, depois de seu pai o levar para assistir a um show de mágica.
O primeiro livro de mágica que Vernon teve foi uma velha edição do livro que seja talvez o mais famoso de cartas:"Expert at the Table Card", de S. W. Erdnase.
Com 13 anos, tinha decorado todo o conteúdo do livro.
Nesta época, Vernon teve um encontro com outro promissor jovem mágico de sua cidade que indagou, desafiador, a Vernon que tipo de magica ele fazia. Vernon respondeu pedindo ao menino para pensar em qualquer carta. Ao sacar um baralho do bolso, Vernon virou a primeira carta de cima do baralho para revelar a carta escolhida e respondeu para o incrédulo garoto: "Este é o tipo de magica que eu faço. E qual é o tipo de mágica que você faz?"
No inicio da carreira, fez do The Magic Circle, que ficava nos fundos da Martinka Magic Shop, sua casa.
Ganhou o apelido de "Dai" quando, por um erro de digitação, um jornal chamou-lhe de Dai em vez de David. Seu último nome "Vernon" veio do dançarino Vernon Castle, que junto com a esposa, era uma estrela da primeira parte do século XX.
Vernon é, sem dúvida, considerado o mágico mais influente do século XX. Dai era carinhosamente conhecido como 'The Professor' e 'O homem que enganou Houdini'.
Harry Houdini vangloriava-se que ninguém poderia enganá-lo, contanto que pudesse ver o truque realizado três vezes em seguida. Em 1919, em Chicago, Vernon aceitou o desafio.
Ele apresentou uma versão antiga da Carta Ambiciosa. Não tres, mas oito vezes, uma atrás da outra. Houdini não teve sequer idéia de como o truque erai feito.
Capitalizando a façanha, na década de 1920 e 30 Vernon usa o mote "Ele Enganou Houdini" em seus posters e anúncios.
Vernon aprimorava truques conhecidos e criava os seus próprios. Conheceu os principais mágicos antigos, como Max Malini e Harry Houdini, e era amigo de mágicos como T. Nelson Downs, Allan Shaw, Manuel e Welch Miller, para citar alguns.
Dai Vernon passou a maior parte de sua vida viajando por todo os Estados Unidos da América à procura de fraudes com cartas e atras de qualquer um que soubesse alguma coisa de mágicas com cartas.
Em 1963, Dai Vernon veio para California ver Jay Ose, indo ao The Magic Castle pela primeira vez.
Ele foi, provavelmente, o mágico residente mais do The Magic Castle. Mágicos do mundo inteiro vieram ao templo da mágica para aprenderem com ele. Seu olhar clínico foi responsável por muitas rotinas clássicas e modernas ainda hoje usadas por inúmeros mágicos.
Dai definiu novos padrões e elevou o nível a arte da prestidigitação mais do que qualquer antecessor. Ele é provavelmente o maior contribuidor para a arte do close-up.
No entanto, ele era uma pessoa humilde, aquinhoada com um charme irresistível. Um verdadeiro cavalheiro e não era por menos que por todos amado. Era muito raro ouvir Vernon dizer algo desagradável sobre alguem. Mesmo se a pessoa merecesse aquilo, ele sempre achava um jeito de encontrar algo de positivo para dizer sobre ela. Houve apenas um mágico que ele falou negativamente: Harry Houdini. Vernon dizia que Houdini podia ser até um bom escapista, mas com um baralho era uma negação.
Muitos dos grandes mágicos da atualidade, como Michael Ammar, Bruce Cervon, John Carney, Larry Jennings e Ricky Jay, apenas para citar alguns, beberam da fonte de Dai Vernon.
Em outubro de 1965, o jornalista e mágico amador Richard Buffum gravou uma série de entrevistas com Vernon, totalizando mais de vinte e um quilômetros de filme.
Um versão da transcrição destas entrevistas apareceu no livro The Vernon Chronicles -Dai Vernon Uma Vida Mágica, publicado em 1992 e editado por dois amigos próximos de Vernon.
Vernon passou seus ultimos anos no The Magic Castle.
Logo após a publicação do livro, Vernon morreu com a idade de 98, em Hollywood, Califórnia, no dia 21 de agosto de 1992.
John Calvert nasceu no dia 05 de agosto de 1911, em Trenton, Indiana. Deu seu primeiro show de mágica ainda adolescente. Com 20 anos ele se apresenta em vários teatros do sul dos EUA, fazendo se acompanhar de seis assistentes e apresentando números de manipulação, ilusionismo e pseudo-hipnotismo.
Em 1937 Calvert faz uma turnê pelas ilhas havaianas, retornando, após, para os EUA. Em 1945 ele se apresenta no Hippodrome Theatre, em Baltimore, com números de comédia mágica e suposto hipnotismo.
Em janeiro de 1947 Calvert leva o espetáculo de Richmond, na Virginia, para Nashville, no Tenesse, pilotando o seu próprio avião DC-3.
Na hora da aterrissagem, o piloto confundiu as luzes de um trem com as do aeroporto, atingindo o solo coberto de neve de uma fazenda. Uma mulher que estava na fazenda e seis assistentes de Calvert se ferem. Calvert quebra uma perna, o que não o impediu de apresentar o show.
A fratura já havia sarado quando Calvert inicia a produção daquele que seria o primeiro de vários filmes – Devil’s Cargo – em que interpreta The Falcon, um mágico detetive.
Entre as produções de filmes, Calvert continua a apresentar seus espetáculos de mágica e ilusionismo.
Em 1954 o mágico escolhe a África como locação para seu novo filme – Dark Venture – em que interpreta um caçador no território dos elefantes.
Após, a trupe se apresenta nas ilhas britânicas e na Austrália, embarcando no navio de Calvert – Therpian – rumo ao Oriente.
Em junho de 1958, quando a embarcação de dois mastros e noventa e cinco toneladas navegava pelo Mar da China, de Formosa rumo ao Japão, avisa pelo rádio que estava a deriva. Quando finalmente o barco chega são e salvo no porto, algumas pessoas acusaram Calvert de ter simulado a deriva como jogada de marketing. Alguns anos mais tarde uma outra embarcação de Calvert colidiria com uma ilha na costa norte da Austrália.
Entre 1964 e 1965 Calvert se apresenta na África do Sul, levando seu próprio picadeiro para se apresentar nas cidades que não contavam com um teatro. Após, o mágico volta afazer uma turnê pelo Oriente, onde se apresenta em uma região que se tornava zona de guerra com a invasão do Paquistão pela índia, em 1971. Oficiais do exercito indiano confiscaram o Lincoln Continental do mágico e o prenderam, após encontrarem binóculos, câmeras filmadoras e uma câmara escura para revelação na embarcação, acusando-o de ser um espião americano. A acusação não se sustentou e Calvert leva seu espetáculo para o meio-oeste americano.
Em 1972, com 62 anos, Calvert se apresenta durante sete noites em Israel.
Calvert apareceu em mais de 40 filmes e em 2009 completou 98 anos de idade.
Foi convidado pelo New York’s Broadway e pelo London Palladium Theatre para se apresentar em seu aniversário de 100 anos.
A família holandesa Bamberg teve seis gerações de mágicos.
Eliaser Bamberg (1760 – 1833) perdeu a perna esquerda em uma explosão de um navio. A prótese de madeira contava com um compartimento secreto que era de grande valia quando o mágico fazia números de aparição e desaparição. O “Demônio de Uma Perna Só” apresentava seu numero de cups and balls em tavernas, casas e pelas ruas de sua cidade natal na Holanda, Leyden.
(Leenardt)
O filho, David Leenardt Bamberg (1786 – 1869), foi assistente do pai Eliaser e em 1843 se tornou o mágico da Corte do Rei William II da Holanda.
(Tobias)
Tobias Bamberg (1812 – 1914), filho de Leenardt, foi o mágico predileto do Rei William III.
(David Tobias)
David Tobias Bamberg (1875 – 1963), filho de Tobias, se apresentava com o pai no palácio real antes de adotar o nome de Okito e se apresentar nos principais teatros do mundo caracterizado como um mágico chinês.
(Okito)
(Fu Manchu)
David Tobias Bamberg, o segundo, que viria a adotar o nome de Fu Manchu, nasceu em Derby, Inglaterra, no dia 19 de fevereiro de 1904. Ainda criança se mudou com os pais para Nova Iorque. Jovem, apresenta seu primeiro número de mágica em um encontro da Sociedade Americana dos Mágicos. Um dos dois voluntários chamados para participar foi o presidente da sociedade, Harry Houdini. Pouco tempo depois, era a vez do jovem Bamberg ser chamado para participar como voluntário de um número de Howard Thurston, na época que o pai de Bamberg integrava uma das companhias de Thurston. Com 13 anos Bamberg trabalhou com Julius Zancig, um famoso mentalista dinamarquês, em Manhattan.
(Zancig)
Mais tarde foi contratado por Professor Seward, um astrólogo, para se apresentarem em Atlantic City.
(Seward)
Na década de 1920 David viajou pelo circuito do vaudeville com a companhia de P. T. Selbit e por anos trabalhou como artista convidado em Hollywood.
Em 1924 David, com figurino de explorador, fazia um número tendo por cenário a África, na Sala Congo do New York Alamac Hotel.
(New York Alamac Hotel)
Dois anos depois, em uma apresentação na Bulgária, com o nome de Syko, recebeu um convite para integrar a companhia do Grande Raymond em Portugal, antes que seguissem para a América do Sul.
David fazia um numero que ra novidade no universo da mágica: silhuetas de pessoas e animais feitas com a sombra das mãos em uma tela sobre o palco.
Em 1928 David, novamente sozinho, se apresenta na Argentina.
Com 24 anos David adota o nome de Fu Manchu e passa a utilizar aparatos e equipamentos de estilo chinês.
O sucesso foi imediato, iniciando-se pela Argentina e outros paises das Américas do Sul e Central, seguindo após para a Índia Ocidental, Marrocos, Portugal e Espanha.
Em março de 1937, no Cervantes, um teatro espanhol em Nova Iorque, Bamberg, para evitar problemas autorais com o nome Fu Manchu (personagem de historias de aventura escritas por Sax Rohmer, muda o nome do espetáculo para “Os mistérios de Fu Chan”.
Ao invés de seguir com a turnê de quatro shows diários pelos EUA, Bamberg prefere retornar à América Latina.
Enquanto se apresentava na Cidade do México, no inicio da década de 1940, o mágico se interessa pela produção de filmes.
(This is the third film made by David Bamberg in Mexico during the 1940's, portraying the detective/magician, Fu Manchu.)
Nos próximos anos Bamberg escreveria e estrelaria seis filmes, na maioria capitalizando sua figura de mágico.
Em fevereiro de 1947 o mágico estréia no Teatro Nacional de Buenos Aires, com o espetáculo Crazimagicana, fazendo um sucesso que não conhecera antes.
No ano seguinte Fu Manchu se apresenta no Teatro Carlos Gómez, no Rio de Janeiro.
Por vários anos seguintes Bamberg volta a se apresentar nas principais cidades das Américas do Sul e Central.
Os melhores espetáculos de Bamberg foram aqueles apresentados na América do Sul.
Em 19 de março de 1966 Fu Manchu apresenta seu ultimo espetáculo inteiro, em Buenos Aires, com 61 anos de idade.
Daí em diante David Bamberg, ou Fu Manchu, ocuparia seu tempo construindo novos equipamentos mágicos em sua loja de Buenos Aires.
Em 1972 ele teve que ficar internado 10 dias em um hospital, por problemas respiratórios.
Fu Manchu morreu com 70 anos, no dia 19 de agosto de 1974, em Buenos Aires.
Franz Czeiler nasceu no dia 29 de junho de 1916, em Kelegyhaza, uma pequena cidade búlgara. Quando menino aprendeu mágica com o alemão Alfred Uferini (Ufer).
(Uferini)
Após, observando um mágico italiono, aprendeu a se apoderar de objetos de espectadores sem que estes notassem.
Com 20 anos adota o nome de Tihanyi.
Em julho de 1953 chega ao Brasil, como parte do elenco do Circo Romano.
Tihanyi já tinha tido o próprio circo anteriormente.
O Circo Romano por 20 anos foi o circo mais famoso da América Latina. Comportava 4000espectadores sentados e seu sistema de som não ficava devendo nada para os dos melhores teatros.
